Você já deve ter ouvido por aí que a indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo. Infelizmente esse é um dado real. Um relatório produzido com o apoio da Stella McCartney (estilista e porta-voz dos direitos dos animais) nos mostra dados espantosos sobre o impacto da moda e seu consumo no meio ambiente:
A cada segundo, o equivalente a um caminhão de lixo cheio de sobras de tecido é queimado ou descartado em aterros sanitários. Por ano, 500 bilhões de dólares são jogados fora com roupas que foram pouquíssimo usadas e que quase nunca são recicladas.
Assustador pensar nesse número, né? Muita coisa precisa mudar e algumas já estão sendo feitas como: desenvolvimento de roupas que durem mais tempo e possam ser recicladas, aluguel de roupas, brechós e revendas. E por último ela: a transformação através do design e criatividade.
É aí que entram os termos upcycling e rework. Reaproveitar sobras de tecidos e reformar roupas não é novidade. A novidade agora é que esse tipo de ação se tornou essencial e de grande importância para evitar o desperdício e o consumo desenfreado.
O upcycling cria uma nova vida para a peça de roupa, a partir de materiais e tecidos que seriam descartados por possuírem defeitos, avarias, marcas do tempo. Ou que simplesmente deixaram de ser úteis mas que alguém enxergou uma nova chance.
O rework possui conceito muito parecido com o upcycling. A tradução do termo significa retrabalho, ou seja, algo já estava pronto mas foi retrabalhado de alguma forma. A peça é modificada para ter um novo design, um novo significado. Bordados, costuras aparentes e aplicações podem fazer parte do universo rework.
Tudo isso é pensado em aumentar o ciclo de vida dessas peças e tecidos que seriam descartados em um desses aterros sanitários mencionados acima. E o mais legal: agregando criatividade e durabilidade em uma roupa única, que dificilmente terá outra igual.
Se você se interessa por esse assunto, vamos indicar 2 livros que falam muito bem sobre a importância da moda consciente para as ações do presente e do futuro. São ótimas leituras que vão enriquecer ainda mais seu conhecimento sobre o assunto.
"Em um mundo cada vez mais conectado, a moda ganhou força e conquistou espaço na vida das pessoas. Agora estamos cheios de produtos e sempre queremos mais. Nos últimos anos, porém, essa ansiedade gerada pelo consumismo tem deixado a sociedade e o meio ambiente esgotados, e a promessa de que a compra traz felicidade claramente não vale mais. No entanto, muitas marcas continuam buscando o lucro através da compra desenfreada. Questionador como sempre, André Carvalhal reflete sobre essas contradições para apresentar aquilo que deveria nortear todas as marcas da atualidade: o fazer com propósito."
"Moda é comportamento e sociedade. Você já parou para pensar no impacto que uma única blusinha tem no meio ambiente? Uma peça simples como essa pode parecer inofensiva, mas, considerando os agrotóxicos e pesticidas utilizados nas plantações de fibras de tecido, a desigualdade social entre trabalhadores e consumidores e a quantidade de poliéster e microplásticos liberados por nossas roupas na lavagem, é impossível separar o mercado da moda da crise climática. Ao mesmo tempo, é impossível pensar na vida sem a existência da moda. Então qual é a melhor maneira de se relacionar com esse universo tão complexo e essencial?"
Aqui na Slow Moon nós desenvolvemos as peças Slow Work, que é o nosso trabalho de customização divertida em peças vintages e atuais. São camisas, camisetas, moletons e casacos garimpados em bazares beneficentes. Peças que à primeira vista parecem simples e até sem graça, mas nós damos nosso toque especial com bordados de personagens e tudo cria vida.
Confira algumas das peças Slow Work que já produzimos e se quiser ter a sua é só clicar aqui.
Até a próxima!
Bejio,
Sarah Vianna.
Criadora da Slow Moon, publicitária e redatora.
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